Como montar grupos virtuais sobre Paternidades

No últimos anos, um crescente número de grupos de homens (presenciais e/ou virtuais) organizados sobre a temática “Paternidades” surgem. Esses grupos “paternos” passam a ser principal canal de troca de experiências e um lugar de acolhimento de suas angústicas e inseguranças.
O amor parental é um mito – descubra a verdade pouco falada.

Esse artigo se baseou no vídeo em que a psicanalista Maria Homem fala do “Mito do amor materno” para introduzir o mito do amor parental. Ela amplia essa ideia para os pais sobre a quebra do paradigma do amor maternal ser um amor incondicional que estará sempre presente. O vídeo com os comentários da psicanalista pode ser assistido no youtube. Hoje podemos falar sobre o mito do amor parental Atualmente há uma nova corrente que diz abertamente sobre a falta de desejo de ter filhos. Esse movimento é conhecido como child free. Algo que antes era inaceitável e hoje se tornou uma expressão contra o aprisionamento de mulheres em um modelo vigente para que possam expressar seus desejos não reprodutivos. Ou mesmo das mulheres que se tornam mães, mas que admitem que o amor parental não é algo inerente desde o começo e o tempo todo, muito menos de forma incondicional. Isso também vale para os pais, mas ainda é uma carga cultural cobrada de maneira mais direta das mães. Leia mais sobre novos caminhos para a desconstrução dos papeis sociais dos homens. Antigamente poderia haver atos de “desprezo” aos filhos, como os pais que deixavam as crianças com amas de leite ou em internatos, mas não era um assunto falado abertamente. Ser mãe era e ainda é, em muitas situações, uma função vista como sagrada, pura e natural principalmente para as mulheres. Contribuições da psicanálise A psicanálise trouxe um conceito interessante para esse debate do amor parental incondicional que é o conceito de AMBIVALÊNCIA. Esse sentimento permeia todas as relações humanas, visto que não há o amor puro ou ódio puro, o que existe é a ambivalência entre amor e ódio na mesma relação. Freud refletiu que quando o emocional ainda está regredido costuma ser feita uma cisão entre esses sentimentos, deixando o amor e o prazer como únicas verdades vigentes. O ódio e o desprazer são cindidos da relação e projetados naquilo que está fora de nós, nos outros. É como se a família forjasse a ideia de que seus integrantes são puros, bons e verdadeiros e os outros (de fora da família) são fracos e problemáticos. Tentando assim resolver a ambivalência básica de todas as relações por meio de fantasias e pactos compartilhados inconscientemente. Mas a verdade é que nós amamos os filhos em alguns momentos e em outros os odiamos e não os suportamos. Por vezes queremos sair da situação de pais e isso vale também para os filhos e para os casais entre si. Amor parental ambivalente Quando há uma gestação há também uma ambivalência em relação ao sentimento de perda da individualidade que deixará de existir com a chegada dos filhos. E hoje, como vimos acima, há espaço para falarmos sobre isso. Então, o amor parental, seja do pai, da mãe ou do sujeito que se coloque no papel de alguém que deseja criar um filho, é um amor no mínimo ambivalente. A parentalidade é passível de ser uma experiência interessante, de descobertas, de confrontamento individual e de construções subjetivas sobre os próprios desejos. Mas só o será se não vier com uma expectativa fantasiosa de contos de fadas sobre o que é ser mãe e pai. Como não cair no mito do amor parental Em primeiro lugar é urgente pararmos de romantizar o amor parental que se tornou inclusive um fetiche de mercado. O quarto, o chá de bebê, a festa de um ano da criança, todos esses momentos se tornaram oportunidades de venda de produtos e da criação da necessidade de perfeição nessas situações. Em segundo, pararmos de negar a ambivalência dos sentimentos inerentes a construção desses papéis e afetos parentais. E sabermos falar sobre essa ambivalência de emoções e sobre as situações difíceis, engraçadas e não únicas que todos passarão ao se tornar pais. Além de tirar do nosso discurso a romantização da parentalidade como um momento sublime em que nos tornamos seres melhores e considerarmos as emoções confusas que a parentalidade traz consigo. E lembremo-nos dos filhos! É importante considerarmos a ambivalência de emoções dos filhos que também tem o direito de sentir raiva, inclusive dos pais, de odiá-los e querer se separar deles. Esses sentimentos de crianças ainda pequenas são emoções ambivalentes e não devem ser vistas como algo “feio” ou a ser deixado de lado e reprimido. Quer saber mais sobre como fazer isso? Leia esse artigo com dicas para ajudar seu filho a lidar com emoções difíceis. Se não queremos perpetuar o mito de amores incondicionais e a cisão de sentimentos que geram a intolerância aos outros que são diferentes de nós, precisamos abarcar a ambivalência de emoções dos filhos. Somente assim eles poderão se tornar indivíduos e aprender a amar e não apenas reproduzir o mito do amor incondicional entre seus pares ou familiares. *Texto de Luísa Toledo, psicanalista, educadora e gerente de projetos na 4 Daddy.
Como conciliar a paternidade e o sucesso profissional.

Como conciliar a paternidade e o sucesso profissional. Conheça histórias reais e confira 6 dicas de como ser mais produtivo no trabalho e passar tempo de qualidade com os filhos e a família.
Games violentos podem ser associados a comportamento agressivo?

Videogames violentos podem ser associados a comportamento agressivo? Saiba a opinião de Julieta Jerusalinsky, psicanalista, mestre e doutora em psicologia clínica pela PUC-SP.
Antídoto para o estresse infantil

A Infância vive um momento de grande complexidade e se encontra no centro das incertezas desta época, expondo as crianças precocemente às mesmas angústias que os adultos estão sujeitos. Conheca os antídotos para o estresse infantil!!!
Guarda compartilhada: o filho não é de um nem de outro, é de ambos

“Guarda de filho é uma expressão que tende a acabar. É que ela traz consigo um significante que está mais para objeto do que para sujeito. Mais para posse e propriedade do que cuidado com os filhos.” diz o Rodrigo da Cunha Pereira, presidente nacional do Instituto Brasileiro de Direito de Família (IBDFAM).
Contribuições da psicanálise para criar crianças com boa autoestima

Você já deve ter se perguntado sobre como desenvolvemos a autoestima, de onde surge na nossa infância essa percepção de nós por nós mesmos. Assim como já deve ter passado pela sua cabeça, ao presenciar uma fala ou atitude de alguém com baixa autoestima, o que deve ter acontecido para que uma pessoa tenha essa visão tão negativa de si mesma. Leia a matéria e descubra mais sobre a auto estima!
Patologias orgânicas e sinais de risco psíquico na primeira infância

Muito se fala em diagnóstico diferencial dentro das diferentes áreas da saúde, como a medicina e a psicologia, e dentro de suas especialidades e distintas abordagens; porém as publicações, estudos e formações acerca da intersecção entre as consequências de uma doença orgânica e os sinais de risco psíquico apresentados por uma mesma criança são mais escassos.
Pai, você “ajuda” nos cuidados com a criança? Então está errado!

Espero, sinceramente, que a resposta seja um sonoro: “Não”! E que você, que é mãe, responda isso com muita certeza e orgulho do que diz, no caso do seu filho ter um pai que participa de verdade da criação. É simples: #PaiNãoAjuda #PaiParticipa.
Diferentes formas de escutar as crianças

Uma mudança cultural importante no que diz respeito ao posicionamento das crianças no seio da família: se ontem elas se calavam para que adultos falassem, hoje os adultos é que se calam para ouvi-las.