30 de janeiro de 2017 4daddy

Meu filho(a) não gosta de estudar, o que eu faço?!

Meu filho(a) não gosta de estudar, o que eu faço?!

Em todos os formatos e oportunidades que temos para interagir com os pais, sempre escutamos: “Meu filho(a) não gosta de estudar, o que eu posso fazer?!”

Geralmente nossa resposta vai em forma de sugestões para pequenas mudanças na rotina que trazem um alto impacto no envolvimento dos filhos com os estudos.

Sempre fica uma pontinha de remorso, porém, pela falta de tempo para oferecer mais dicas aos pais de como ajudar os filhos a desenvolver o prazer pelos estudos e pela aprendizagem.

E nas situações do cotidiano, acabo por me pegar pensando: “ah, aí está um ótimo exemplo de como os pais poderiam ajudar seus filhos a ter prazer em ler, aprender, estudar!”.  Hoje, prometi para mim mesma que não deixaria escapar uma situação que presenciei  e que serve como um ótimo exemplo prático de várias afirmações e dicas que passamos durante nossas palestras.

meu filho não gosta de estudar

Situações do cotidiano podem ajudar muito o aprendizado das crianças

A situação era a seguinte: mãe e filha em uma sorveteria tipo buffet. A criança deveria ter 6 ou 7 anos e ia na frente, olhando os sabores e servindo seu sorvete. A mãe ia logo depois da filha e eu logo atrás das duas. Um pouquinho antes de chegar na balança, onde cada um pesa o que pegou, a mãe olha para o recipiente da menina e vem então o diálogo:

Mãe: – Por que você pegou só dois tipos? Lembra que era para você aproveitar para pegar vários sabores diferentes?

Filha: – É que tinha muitos e eu fiquei perdida… não conseguia escolher.

Mãe: – Ehhhhh…. dá aqui que eu vou completar para você!

Filha, entregando seu sorvete para a mãe: – Nossa, como eu sou indecisa, né mãe?

Mãe: Nem me fale!!!

E o que isso tudo tem a ver com gostar de estudar, você pode estar pensando. Vamos lá então!

Muitos pais estão se torturando com o fato de que trabalham muito e não têm o tempo que gostariam com seus filhos. Nossa resposta é sempre para que relaxem e foquem no tempo que estão com seus filhos. É sobre esse tempo que há total controle, no sentido de poderem gerar memórias que serão a referência para um aprendizado sem dificuldade ou sofrimento. O momento de um passeio como este poderia reabastecer muito do vazio que a ausência dos pais pode ter gerado durante a semana.

Aproveite o tempo que tem com seu filho para ajudá-lo a criar uma imagem positiva sobre ele mesmo!

Algumas dicas de como a mãe poderia ter feito isso:

Filha: – É que tinha muitos e eu fiquei perdida… não conseguia escolher.

  • Você conseguiu sim escolher, olha só, você pegou dois sabores!

  • Ah, é bem difícil mesmo escolher quando há tantas opções. Mas você se saiu muito bem, escolhendo seus dois sabores prediletos!

  • Fiquei bastante em dúvida também, mas acabei pegando três sabores. Quer ajuda para escolher mais um ou está bom assim para você?

Filha, entregando seu sorvete para a mãe: – Nossa, como eu sou indecisa, né mãe?

  •  Você conseguiu escolher, mesmo com tantas opções! Você é sim muito capaz de fazer boas escolhas!
  • Algumas vezes é difícil mesmo escolher, porque temos que abrir mão de uma coisa para levar outra. E você decidiu rapidinho, olha só! Está de parabéns!

  • Não, filha, você não é indecisa. Olha seu sorvete aí, prontinho para ser saboreado!

  • Sabe que escolher somente dois sabores em meio a tantas opções é mais difícil do que escolher três? Você foi muito rápida para tomar a decisão dos sabores que ia pegar!

Sem mentir, sem precisar inventar motivos, é possível aproveitar cada oportunidade para ajudar seu filho a melhorar sua auto estima. Um aluno que acredita em sua capacidade de tomar decisão enfrenta sem medo qualquer dificuldade que possa encontrar nos estudos. A baixa auto estima leva o cérebro a se desligar perante os desafios da aprendizagem, o que gera comportamentos de recusa, preguiça ou aversão aos estudos.


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Seu filho não está ainda na escola? Ainda não precisa estudar? Ótimo, tempo de prevenir e ajudar para que ele possa ter uma relação saudável com os estudos!

Seu filho já está na fase do “odeio estudar?”. Não é tarde. Nosso cérebro pode fazer novas conexões em qualquer fase da vida. Auto estima é uma das chaves para que seu filho encontre prazer em aprender. A família é quem tem o maior poder em ajudar o aluno a melhorar a visão que ele tem de si! E essa é uma das principais maneiras para você, pai ou responsável ajudar seu filho a gostar de estudar.

Material publicado originalmente no blog Socorro, meu filho não estuda e cedido gentilmente para compartilhamento no 4daddy.

*Autoras: Roberta Bendo, Graduada em Letras, com especialização em formação de professores de Línguas (International House, Inglaterra) e com pós-graduação em Marketing e em Gestão de Pessoas pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). Especialização em Aprendizagem Baseada no Funcionamento do Cérebro pela Universidade da Califórnia e Duke University, e em Aprendizagem Cooperativa pela Universidade de Minnesota e Universidade de San Diego (Estados Unidos). 

Tais Bento, Graduada em Pedagogia pela Universidade de São Paulo (USP) e pós graduada em Marketing pela Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP). Especialização em Aprendizagem Baseada no Funcionamento do Cérebro e Aprendizagem Cooperativa pela Universidade de Minnesota e pela Universidade de San Diego.

Socorro, meu filho não estuda!

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