As férias escolares estão chegando ao fim. Para muitas crianças, isso é sinônimo de empolgação, mas algumas mostram dificuldades em lidar com a volta à aulas. Como agir nestes casos de volta às aulas? É possível despertar a vontade de ir à escola nos pequenos?
Para essa matéria de “Volta às aulas”, nós da redação da 4daddy, consultamos a psicopedagoga curitibana Flavia Maoski, da Clínica de Terapia Cognitiva AMI, a pedagoga Marizane Piergentile, diretora da Rede Adventista da região do ABC e Baixada Santista, e das incriveis amigas e parcerias, Tais e Roberta Bento, fundadoras do SOS Educação.
A pedagoga Marizane Piergentile nos dá 6 dicas super importantes para pais, principalmente para crianças pequenas. Confira abaixo:
- Mande um brinquedo, uma fraldinha, cobertor ou algo de casa que possa ajudar a criança a dormir melhor e não sentir tanto a distância dos pais e de casa.
- Demonstre confiança nos profissionais e deixe que eles acolham a criança também. Os pequenos sentem essa segurança dos pais e isso torna o processo mais fácil.
- Só prometa o que será possível cumprir. Se disser que ficará lá até a hora de ir embora, esteja lá, se prometer chegar no horário exato da saída, chegue, pois a criança pode precisar dessa segurança. Se não conseguir ficar, não prometa.
- Converse bastante com seu filho, explique todo o processo, envolva o pequeno nos preparativos para a nova escola, como arrumar o uniforme, comprar alguns itens da lista, até mesmo a visita para escolher a escola pode ser feita com a criança.
- Dê detalhes sobre a criança para os profissionais. Saber sobre preferências de brincadeiras, desenhos, histórias, personagens, músicas, comidas, tudo o que for possível ajuda a equipe que receberá o novo aluno a tornar tudo mais familiar, a falar sobre assuntos que ele gosta, a fazer atividades que chamem a atenção para mudar o foco da separação.
- Faça combinados com a escola. Se a criança manifestar saudade, se não quiser ficar e se chorar, a escola pode contornar ou os pais podem preferir buscar nesse início. Tudo pode ser combinado.
A psicopedagoga Flavia Maoski ajuda os papais de crianças mais velhas. Que já necessitam de um diálogo mais aberto e transparente.
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Conversar é fundamental
Antes de tudo, é preciso descobrir a causa da resistência. “A recusa da volta às aulas pode ser uma recusa natural e passageira, afinal, quem gosta de voltar de férias? Mas, pode indicar também uma mudança na rotina escolar que causou este incômodo”, alerta a psicopedagoga. Isso pode ser causado por uma troca de professor, de turma, de escola ou até mesmo por ameaças de bullying. “O diálogo com a criança, professores e demais envolvidos na instituição é fundamental para entender o motivo pelo qual a criança está sofrendo”, diz.
Mantenha a criança envolvida
Envolver as crianças nos preparativos de volta às aulas é uma maneira agradável de acostumá-las com a ideia. “Se precisar comprar material escolar, convide seu filho para ir junto e peça ajuda para escolher os itens que mais combinam com ele”, recomenda Flávia. “Faça-o provar o uniforme antigo de uma forma bacana, mostrando como seu filho já cresceu, relembrando tudo de bom que passou na escola e deixando claro que este ano será ainda melhor”. Isso motiva os pequenos e ajuda no preparo emocional.
A importância dos amigos
Algumas crianças só se empolgam com a volta às aulas por causa dos colegas. Relembre a importância deles no dia a dia do seu filho e ajude a fazer uma lista de novidades que podem ser compartilhadas com os amigos. “A criança vai ficar ansiosa para ir à escola encontrar os amigos e conversar sobre as coisas que aconteceram durante o período de férias”, recomenda Flávia.
Vá com calma
“Vá com calma, quanto mais velha a criança, mais difícil é a adaptação das volta às aulas. Promova o retorno às aulas gradualmente, respeitando o tempo do seu filho”.
A psicopedagoga curitibana Flavia Maoski, da Clínica de Terapia Cognitiva AMI,
Chegou a hora do meu filho ir para a escola, e agora?
Falar de adaptação escolar é falar sobre a segurança da criança. É o tempo que ela precisa para confiar e se sentir segura naquele novo ambiente e com aqueles novos cuidadores e isso varia muito de acordo com cada um. Também é importante pensar na segurança dos pais em entregar seus filhos na mão dos profissionais da instituição.
Não implore pelo seu filho ou filha
Tais e Roberta Bento, fazem uma provocação muito interessante.
Você imploraria ao seu filho para ir ao médico se ele argumentasse que não gosta da consulta médica? Então está na hora de rever sua postura em relação aos estudos.
Quanto mais você assumir a posição de quem está pedindo um favor, mais consegue o resultado inverso ao desejado. Deixe culpa e inseguranças de lado. Seu filho precisa de um adulto determinado a fazer com que cada membro da família cumpra seu papel.
É responsabilidade da criança ou adolescente aprender a ler, escrever, interpretar, calcular.É responsabilidade dos pais matricular o filho em uma escola, garantir que ele compareça e tenha as condições necessárias para se desenvolver cognitiva, emocional e intelectualmente. Ponto.
Roberta Bento, fundadora da SOS Educação.
Essa explicação não é para ser passada para seu filho. Exatamente o contrário. Use o tempo que tem com ele para ajustar a rotina, partindo do pressuposto que ele vai para a escola. Isso não é uma opção, por isso não há o que discutir.
Crie uma expectativa positiva
Faça perguntas e comentários que demonstrem uma postura firme e uma expectativa positiva em relação à postura que seu filho vai assumir. Pegue papel e caneta, sente-se com seu filho, sem interferência alguma de eletrônicos, faça perguntas e anote as respostas, dando assim a formalidade e importância que de fato a escola tem na vida da família.
Nome da professora, da assistente, dos colegas dos quais ele se lembra já do primeiro dia de aula. Planeje com ele o lanche dos próximos dias. Pergunte se amanhã seria melhor sair mais cedo ou se ficou bom o horário em que ele chegou na escola. Caso haja reclamações e lamentos, demonstre que ouviu, parafraseando o que seu filho disse. Por exemplo, “nossa, é cansativo mesmo hein filho”.
E pronto, siga para o próximo assunto ou para a próxima atividade que cada um vai fazer, sem grandes alardes ou foco no chororô. Assim como se fossem para uma consulta médica, porém em clima de gratidão por estarem indo para a escola, recomece o ano colocando os estudos e a escola como um inegociável na relação de vocês!
Então papai…
Enfim, prepare o coração para demonstrar a segurança que seu filho precisa, afinal esse período é uma adaptação para a família toda. Converse com os pais de amiguinhos e troquem telefones para marcar passeios e aumentar a interação das crianças, assim fica tudo mais divertido. O Volta às aulas não precisa ser estressante!
Autor: Redação 4daddy