15 de agosto de 2016 4daddy

Meu filho mordeu outra criança! O que fazer?

Meu filho mordeu outra criança e agora?

Meu filho mordeu outra criança e agora?

 

É muito constrangedor quando nosso filho(a) mordeu outra criança. O que os adultos podem fazer para intervir e minimizar esse constrangimento?

Alguns pontos que você pode ficar atento se seu filho mordeu outra criança:

  1. Atitudes de prevenção, atenção redobrada no sentido de impedir situações que levem a criança a se machucar, agredir ou ser agredida por outra criança.
  2. A presença do adulto com a criança deve ser constante. As crianças pequenas se desorganizam muito rápido quando se percebem sozinhas.
  3.  Aceitar a existência de conflitos entre as crianças como uma característica natural da idade.
  4.  Estimular através intervenção, formas verbais de resolução do conflito.
  5. Valorizar a diversidade de linguagens – gestos, palavras, sons, desenhos, escrita – como instrumentos para a criança pensar o mundo e a si mesmos.
  6. Lembrar que as brincadeiras são poderosas ferramentas para a criança se expressar e organizar seu mundo interno.
  7.  Reservar longos períodos diários para que as crianças brinquem.
  8. Importante conversar com a criança sobre a dor que o outro sente; expressar através da fala e gestos o que quer.
  9. Aprender a pedir desculpa por ter machucado alguém.

 

Existem alguns fatores que podem ter influenciado e por isso seu filho mordeu outra criança, o  número grande de crianças em um espaço e poucos brinquedos atraentes, bebês cansados e com sono.

 

Exemplo: Um único brinquedo atraente é colocado próximo de duas crianças: mordidas, puxões de cabelo, arranhões podem acontecer na conquista deste brinquedo. Estes comportamentos aparentemente agressivos não começam agressivamente. As crianças desejam o mesmo objeto, perdem o controle, sentem-se pressionados.

 

A mordida é o resultado de uma perda de controle, é sempre tarde para interromper no momento em que ele ocorre. As mordidas acontecem muito rapidamente. Morder outra criança e uma maneira dela se expressar sua frustração, mas cabe aos adultos contê-la.

 

Crianças não devem nunca ser incentivadas a morder outra criança como forma de retribuir.

Meu filho mordeu outra criança e agora?

A mordida é o resultado de uma perda de controle.

Acalmar as duas crianças: a que foi mordida e a que mordeu outra criança, que muitas vezes fica apavorada com sua falta de controle. Os pais/ o educador/o cuidador podem igualmente se acalmar e dizer: “Ninguém gosta de ser mordido. Você também não gostaria. Da próxima vez que se sentir assim, lembre-se de que estou aqui para ajudá-lo.” Frase que tem que ser repetida inúmeras vezes, como muitas outras.

 

Uma estratégia é oferecer um brinquedo, em especial um que a criança possa bater; é uma forma de lidar com sua agressividade.

 

Quando a mordida acontece  em um adulto, podemos dizer: “isto machuca, dói”; “eu não gosto de ser mordida, não quero que você me morda”, postura completamente diferente de alguém que diz: “não gosto mais de você, porque me mordeu”.

 

O cuidado com as expressões “Estou triste; estou contente”, “ Não gosto mais de você” por parte dos adultos. Não nos damos conta de sua utilização e consequências. O importante é discriminar sentimentos do que é certo e do que é errado. “Se você puser o dedo naquela tomada de novo irei ficar muito triste.” É muito diferente do “Não pode fazer isto; é perigoso.” E não porque os adultos possam ficar tristes.

 

O bebê, a criança pode fazer uso do que escuta sobre o sentimento do adulto “não gosto mais de você, estou triste” e quando faz algo que não deve, pode provocar o adulto. Não é necessariamente consciente, mas intuitivo.

 

É como se pensasse:

“Estou com raiva; vou fazer o que meu pai não gosta, irei deixá-lo triste”. Provavelmente este pai ficará zangado, não triste.

 

“A mamãe vai ficar muito contente que você papou tudo.”

 

É verdade, mas podemos dizer que este bebê ficará forte, irá crescer. E a mamãe irá ficar preocupada, não triste se ele não comer tudo.

 

Lembrar-se do conceito de amor e ódio, tão real e tão negado por nós.

 

*Autora: Silvia Gomara Daffre, psicóloga, formada pela PUCSP em 1974; atua em consultório, atendendo crianças, adolescentes e adultos. Trabalha com assessoria e consultoria para a Primeira Infância (0 a 6 anos). silvia@silviamaterne.com.br / Tel.(11) 55752359

 

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