Outras pesquisas apontam que redes sociais como o Facebook e Twitter têm sido menos utilizadas entre os jovens pelo fato de serem controladas pelos pais. Assim, eles migraram para os aplicativos de celular que permitem conversação, tais como o Whatsapp e o Snapchat, onde o conteúdo pode ser facilmente apagado, sem rastros para a censura dos cuidadores.Muitos dos pais de hoje são de uma geração que não cresceu utilizando dessa tecnologia. Em sua maioria, não tem noção do perigo que a internet pode trazer. No que se relaciona à sexualidade, muitos jovens buscam sites de sexo explícito no mundo digital. Ficam assim diante de conteúdos que não são verossímeis à realidade, assistindo a cenas de sexo grotescas, abuso sexual de mulheres e sexo com menores.

Além de estimular expectativas falsas, sobretudo nos garotos que esperam performances de atriz pornô das namoradas, a pornografia online pode tirar um pouco a graça do sexo fora do universo virtual.

A explicação é a seguinte: o jovem fica tão saciado com o que está vendo que não se interessa mais por aquele rito do namoro, da sedução e da fantasia até chegar ao ato sexual e ao orgasmo. Fica dessensibilizado para o sexo com outra pessoa.


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Consequências da precocidade

Para Paulo Rennes, Professor do Programa de Pós-Graduação em Educação Sexual da Universidade Estadual Paulista, a busca pelo prazer imediato da pornografia também tem origem na repressão imposta pela sociedade, que não permite a existência de uma espontaneidade sexual. “Se os jovens não têm outras fontes de informação, espaços para reflexão, possibilidades de questionamento, só conhecerão e reproduzirão a prática sexual oferecida na pornografia”.

A exposição de conteúdos sexuais não adequados a crianças e jovens antecipa uma curiosidade que deveria ser respeitada nas diferentes fases do desenvolvimento humanos. O jovem vem adquirindo maturidade emocional para lidar com as implicações de uma relação sexual ao longo de sua vida.  Estimular essa antecipação é prejudicial ao desenvolvimento emocional e sexual de um jovem, que pode vir a ter fantasias e ansiedades desnecessárias quando for um adulto.

O ideal seria que o começo da utilização da internet pelas crianças fosse acompanhado dos pais em casa, contudo isso implica em algumas questões. Muitas casas ainda não possuem acesso a internet em um computador e a maioria dos pais não tem conhecimento tecnológico para ensinar seus filhos e não mensuram o tamanho do perigo envolvido, como já mencionamos.

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Cyberbulling e sexting na internet

O perigo abrange outras formas de violência cibernética como cyberbulling e sexting.

Bullying (palavra do inglês que pode ser traduzida como “intimidar” ou “amedrontar”) tem como principal característica a agressão (física, moral ou material) sempre intencional e repetida várias vezes sem uma motivação específica. Mais recentemente, a tecnologia deu nova cara ao problema. E-mails ameaçadores, mensagens negativas em sites de relacionamento e torpedos com fotos e textos constrangedores para a vítima foram batizados de cyberbullying.

Dentro do cyberbulling, há uma ramificação denominada sexting, onde conteúdos de origem sexual, fotos e vídeos em sua maioria são postados na internet sem o consentimento da pessoa. O sexting vem sendo usado como uma forma de “revanche sexual”. Há muitos casos de ex-namorados(as) que postaram na internet tais conteúdos como vingança após o termino do namoro. Tais comportamentos só mostram que os jovens, de maneira geral, estão cada vez menos preparados para lidarem com suas frustrações emocionais.

E as consequências emocionais para os que sofrem esse tipo de violência, muitas vezes, abarcam a depressão, crises de síndrome do pânico e, em casos graves, o suicídio. É de máxima importância que os pais orientem cada vez mais seus filhos sobre os perigos da utilização da internet. Esta é somente uma ferramenta facilitadora, que muitas vezes é usada de forma a errônea e pode levar a graves traumas.

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Criar um filho nos dias atuais não é uma tarefa fácil. Qual é a melhor maneira de dosar a liberdade e o controle? Para muitos pais, trata-se de buscar o equilíbrio entre a privacidade e a preocupação. Somente com muita conversa é possível encontrar esse equilíbrio. Se uma criança ou jovem começar a apresentar um comportamento fora do usual dela – como não querer ir à escola, sair ou brincar, não dormir e não comer – , é muito prudente que um psicólogo averigue o motivo desse comportamento, pois algo sério pode ter acontecido sem que os pais tenham tomado conhecimento.

*Autora: Rosangela Correa, CRP 45870-4, psicóloga clínica especializada em educação sexual, e parceira da start up Vittude.

Material publicado originalmente no blog da start up Vittude e cedido gentilmente para compartilhamento no 4daddy.

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