16 de setembro de 2016 4daddy

Pai, Febre não é doença!

Pai, febre não é doença

Pai, Febre não é doença!

Eai papai, mamãe, avós, e cuidadores!!!Vocês já ouviram falar de febrefobia? Não?! Se você tem filhos, é quase certo que você até teve febrefobia, que nada mais é do que o medo da FEBRE. Ela está entre as principais causas de procura do pronto-socorro, do pediatra, da perda de sono e ansiedade dos pais.

Somos seres homeotérmicos

Quando sentimos frio ficamos pálidos e no clima quente ficamos vermelhos e transpiramos. Por que? Existe um sistema muito complexo que mantém nossa temperatura. Assim, quando o termostato (hipotálamo) avisa que está frio, a pele fica pálida pela “contração” dos vasos sanguíneos e não perdemos calor pela pele. Quando o aviso é de aumento de temperatura, há uma vasodilatação (ficamos vermelhos), transpiramos (suor), ocorre a evaporação desse suor e perdemos calor. Resultado final: homeotermia, ou seja, independente da temperatura externa, nossa temperatura se mantém constante.

Pai, febre não é doença

Aprenda a interpretar a temperatura corporal do seu filho.

 

Febre não é doença
Em algumas situações, especialmente nas crianças, nosso organismo é atacado por agentes externos que colocam nossa saúde em risco (principalmente vírus, bactérias, fungos). Nesses casos, trabalhos recentes mostraram que a febre é um mecanismo fisiológico que tem efeitos positivos quando nosso organismo tenta combater uma infecção, aumentando a produção de anticorpos e glóbulos brancos, dificultando ou até inibindo a multiplicação de alguns agentes infecciosos (vírus, bactérias).

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 O que fazer?
A única forma de saber se alguém tem febre é medindo sua temperatura. Ter um termômetro em casa é básico, “casa que tem criança tem que ter um bom termômetro”. Mas atenção: o termômetro de vidro com mercúrio está proibido pelo risco de acidentes na infância.

Considera-se normal a temperatura até 37º. Entre 37.2º C e 37.8ºC considera-se a criança subfebril. Acima de 37.8º podemos considerar uma criança febril, o que não quer dizer que temos que medicar. Nesse caso, recomenda-se desagasalhar a criança e medir novamente a temperatura após 30 minutos. Se a febre persiste, mas seu filho está ativo, se alimentando bem, é importante hidratá-lo, deixar o ambiente agradável, entrar em contato com o pediatra para saber se é necessário medicar para baixar a temperatura. Lembre-se que baixar a febre não trata a doença de base, apenas melhorando a sensação de conforto da criança.

Quando não esperar?
Há algumas situações que envolve febre que requerem uma atitude mais rápida dos pais, procurando seu pediatra ou um pronto-socorro:

 se for a primeira febre de seu bebê, converse com seu pediatra para obter orientações;

 bebês abaixo de 3 meses com temperaturas acima de 38º ou abaixo de 35.5º;

 quando, mesmo após normalizar a temperatura, a criança de qualquer idade se mantiver irritada, com choro persistente ou muito “largadinha”, mole, apática, com pouca reação, sem querer mamar ou aceitar líquidos;

 quando a febre se acompanhar de sintomas persistentes como dor de cabeça, pele vermelha, dificuldade de dobrar o pescoço, vômitos que não cessam, confusão mental, irritabilidade extrema ou sonolência, dificuldade importante para respirar.

Pai, febre não é doença

Tratar a febre não é tratar a doença. Cuidado!!!

 

O grande medo: a convulsão febril
Ao contrário do que se pensa, não é a febre alta que causa a convulsão febril. O que pode levar a esse quadro é a elevação ou a queda muito rápida da temperatura que faz com que o termostato não tenha tempo adequado para se adaptar e sofra uma “pane”. Assim, os banhos gelados não devem ser usados para baixar a temperatura da criança.

A convulsão febril costuma acontecer entre os 6 meses e os 6 anos de idade, mas é mais frequentes até os 2 anos. Ocorre numa frequência maior em membros de uma mesma família, que já tiveram o mesmo quadro quando crianças.

LEMBRETE: Apesar de assustar, a convulsão febril é benigna, rápida (tem segundos de duração, apesar de parecer uma eternidade quando é com nossos filhos), na grande maioria dos casos não costuma se repetir e na imensa maioria das vezes não deixa sequela nenhuma. O pediatra deve ser sempre avisado.

E as receitas da vovó?

 Compressas mornas molhadas na testa? Pode.
 Compressas de álcool no pescoço? Não pode, porque o álcool é absorvido pela pele e pode causar intoxicações, além de causar irritação na pele.
 Sucos, chás frios, água para hidratação? Pode.
 Cobrir com cobertores para aumentar a transpiração? Não pode (mantém o calor).
 Roupas mais leves? Pode.

 

*Autor: Dr. Moises Chenciski, Pediatra Pediatra, CRM: 36.349. Membro do Departamento de Aleitamento Materno da Sociedade de Pediatria de São Paulo. Membro do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade de Pediatria de São Paulo Criador e facilitador do movimento Eu apoio leite materno (#euapoioleitematerno). Site: www.drmoises.com.br

 

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