5 atitudes que farão seus filhos aprenderem sobre responsabilidade sem perder a diversão!
As férias escolares estão acabando, imaginamos que tem muitos pais cansados e cheios de vontade das aulas retornarem, outros podem estar morrendo de saudade longe dos filhos e torcendo pra eles voltarem da praia, da casa da mãe, do pai, da vó, do tio… (quando os casais são separados e os filhos passam férias em outras partes – nosso caso aqui!).
Independente de férias ou período letivo, as crianças merecem e devem sempre se divertir, mas precisam também criar senso de responsabilidades e serem preservadas de acidentes ou situações perigosas seja na rua, em casa ou até online!
Nós somos contra a neurose excessiva que pode nos tornar pais medrosos e extramente controladores, mas também sabemos que não é legal a displicência que pode parecer abandono e gerar acidentes. Ambos extremos promovem insegurança para a criança.
Portanto criamos esse pequeno guia com as 5 atitudes que farão seus filhos crescerem se divertindo com segurança e responsabilidade. Vamos lá?
1 – Aprenda a se comunicar sem ansiedade e violência
A linguagem das crianças muitas vezes é diferente da nossa, é brincando, gritando, cantando, dançando, fazendo graça, falando alto, por vezes desafiando nossa paciência que uma criança comunica seus sentimentos ou tenta chamar nossa atenção.
É muito importante aprendermos a ouvir e observar esses comportamentos e tentar identificar ou então perguntar pacificamente o que ela está querendo te dizer ou demonstrar.
Se queremos que nossos filhos aprendam a se comunicar com calma e educação, temos que servir de exemplo e os auxiliar a criar um vocabulário ao qual eles ainda não têm acesso.
Por isso ao invés de igualar nosso tom de voz (gritando pra que eles parem de gritar, ou rindo e brincando de igual pra igual desafiando a paciência deles como eles fazem com a gente), tente entender que você é, ou deveria ser, o adulto da situação, respire fundo e tente identificar o que está gerando determinados comportamentos.
E principalmente pergunte à eles porque estão fazendo isso, o que estão pensando ou sentindo, mesmo que eles ainda não saibam explicar, saber que têm esse espaço de abertura pra se comunicar com você é essencial.
2 – Não leve tudo tão a sério!
A criança está muitas vezes passando pela primeira vez por determinadas situações então pode ter reações exageradas, se assustar, ou então pode fazer as coisas brincando, as atividades cotidianas tentando imaginar que estão em um mundo paralelo, imaginário e etc.
Não cobre atenção, excelência e agilidade o tempo todo. Criança tem direito à imaginação, esse universo lúdico auxilia na construção de sua compreensão do mundo e de como as coisas funcionam. Não se preocupe, ela não viverá pra sempre no mundo da lua, com o tempo e os estímulos adequados ela aprenderá a simbolizar e canalizar essa energia criativa para um mundo mais formal, mas no tempo de cada uma e não no nosso.
A mesma coisa vale para os momentos de tristeza e medo: chorar, ter pesadelos, medo de escuro e do desconhecido, faz parte do processo de conhecer o mundo. É importante sermos compreensivos, aprendermos a dar ouvido e até colo nesses momentos e ao mesmo tempo mostrar que o medo é natural, que os sentimentos ruins também fazem parte da vida.
“Pare de chorar!”, “Medo disso, que bobagem!” não são frases que ajudarão a criança a sair desses estados. Tente mostrar que você está lá com ela pra superar esses momentos, mas que nada é permanente e isso também vai passar.
3 – Compartilhe a responsabilidade e as consequências das escolhas de seus filhos.
Mais efetivo do que ameaças de castigo, ou colocar medo para que as crianças não tomem certas atitudes: (-Se mentir pra mim o dedo vai cair; -Se falar com um desconhecido, ele pode te sequestrar) é o diálogo e os combinados que demonstram confiança e responsabilidade de maneira positiva.
Mostrar a realidade nem sempre fácil pra criança, que tem muita gente no mundo querendo se aproveitar das situações, explicando sem botar medo, que tudo que decidimos fazer é de nossa responsabilidade e terá consequências. Que se eu quero me divertir muito e pular de um prédio pra tentar voar, eu vou sofrer um acidente e posso não conseguir mais fazer as coisas gostosas que gostaria de fazer depois.
Exemplos:
a) Ter um combinado com a criança que ela tem direito a apenas uma tranqueira pra comprar no mercado, se ela escolher por uma não poderá ter a outra, então você confia na capacidade dela escolher o melhor pra ela. Além disso você pode escolher uma pra você também que não seja tão ruim, dando o exemplo.
b) Você ensina uma tarefa doméstica ou uma rotina que a criança deve seguir (estudar, arrumar o quarto, tomar banho) e combina um horário limite pra aquilo ser feito, se ela cumprir o combinado vocês fazem uma atividade gostosa juntos, assistem um desenho que gostam, planejam juntos um passeio pro final de semana, fazem uma brincadeira. Mas se ela não cumprir naquele dia, ela ficará sem a atividade bacana também, não como castigo, mas como consequência da sua escolha, porque no lugar de se divertirem terão que fazer juntos a atividade obrigatória.
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4 – Não julgue as atitudes que os filhos tomarem e vierem te contar, aprenda a compartilhar conhecimentos e não julgamentos.
Sabe aquele momento que a criança vem na inocência te contar toda alegre que roubou a borracha do coleguinha na escola, ou que mentiu pra professora? Ou de maneira mais elaborada conta que conseguiu tirar no amigo secreto da escola a sua melhor amiga?
Ao invés de julgar as atitudes ou reagir abruptamente falando que aquilo que ela fez está errado, é um horror, não pode, ou repreender, você pode mostrar com segurança e carinho o porque não devemos tomar atitudes assim.
Por exemplo:
a) “Puxa filho eu imagino que você achou que saiu ganhando nessa né, mas e o seu colega deve ter ficado bem triste quando percebeu que perdeu a borracha, você gosta de perder as coisas? Gostaria que alguém pegasse algo seu sem avisar?” ou
b) “Nossa, que coincidência tirar logo sua melhor amiga, será que você não deu um jeitinho pra isso dar certo? Se deu eu entendo, mas imagina que divertido se da próxima vez você se permitir tirar uma pessoa nova e realmente brincar de amigo SECRETO e se surpreender com quem tirou? Além de aprender algo novo sobre essa pessoa é bom que você saiba que em muitas outras situações não teremos como escolher, então é legal se adaptar ao que a vida te apresenta de novo também, não acha?”
5 – Se informe e tente manter seus filhos informados, assim você se sentirá com mais segurança e automaticamente ensinará os filhos a se sentirem mais seguros e autônomos.
Nós sabemos que nem sempre seremos os melhores pais do mundo, que nem sempre estamos calmos, cheios de paciência e tempo pra agir da melhor forma. Que as vezes vamos só gritar, ou nos sentir confusos, ou ter medo de perder nossos filhos, ou deles se machucarem ou se tornarem irresponsáveis na vida e etc…
Por isso esse pequeno guia de atitudes não pretende gerar mais ansiedade e novas regras pra você seguir. Queremos apenas que você se permita ter informações e dar informações para seus filhos, que vocês aprendam a confiar mais em si mesmos como pais e também a passar mais confiança nas escolhas de seus filhos.
Acreditem, nós não temos o controle de absolutamente nada do que vai acontecer, por isso só podemos nos informar, passar as informações da melhor maneira que pudermos naquele momento e fazer um esforço para escutar o que as crianças tem a nos dizer e nos ensinar. Muitas vezes elas sabem melhor do que nós o que elas realmente precisam. Confiem nelas e principalmente em vocês!
*Autora: Luísa Toledo, parceira de vida e de sonhos do Leandro Ziotto e amiga/madrasta do Vinicius. Psicanalista e Consultora de Conteúdo da 4Daddy.
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