17 de julho de 2018 4daddy

Trabalho Infantil: entre o sonho e a realidade. O que elas querem ser quando crescer?

Trabalho Infantil: entre o sonho e a realidade. O que elas querem ser quando crescer?

Se você é mãe, pai ou responsável por alguma criança, já deve ter perguntado o que elas querem ser quando crescer. Algumas respostas até costumam ser bem inusitadas: “eu quero ser astronauta”, “super-herói”, etc. Recentemente até ouvi de uma colega de trabalho que seu filho gostaria de ser um dinossauro. Incrível, não é mesmo?

Naturalmente sonhamos que “a nossa criança” encontre a sua vocação no mundo do trabalho quando se tornar adulta e desejamos profundamente que ela seja feliz naquilo que escolher fazer.

Mas, falar de trabalho é assunto para o futuro, afinal de contas, o lugar de criança, meninas e meninos, é na escola. Será que é mesmo assim para todas as crianças?

Trabalho infantil no Brasil

No Brasil, existem quase 3 milhões de crianças e adolescentes de 5 a 17 anos de idade que são trabalhadoras, mesmo que essa atividade seja proibida para pessoas com menos de 18 anos.

Para o Fórum Nacional de Prevenção e Erradicação do Trabalho Infantil, o termo “trabalho infantil” refere-se às atividades econômicas e/ou atividades de sobrevivência, com ou sem finalidade de lucro, remuneradas ou não, realizadas por crianças ou adolescentes em idade inferior a 16 (dezesseis) anos, ressalvada a condição de aprendiz a partir dos 14 (quatorze) anos.

Mas, se essas crianças e adolescentes não são “as nossas”, então quem são?

Observando os dados de 2014 nos gráficos abaixo, nos chama muito atenção o fato de que, de um lado, ainda existem milhares de crianças bem pequenas que trabalham especialmente no campo e no outro extremo milhões de adolescentes nos centros urbanos. Em sua maioria, meninos e negros.

 

Esses dados coincidem com outra pesquisa realizada recentemente pela Visão Mundial e a Ipsos, cuja a maioria dos brasileiros entrevistados (52%) referiram que o Trabalho Infantil é uma forma muito comum de violência, e 88% o considera prejudicial e de alto impacto na vida da criança e do adolescente.

É esperado que tais números acima revelados nos cause perplexidade quanto cidadãos brasileiros, afinal, não são cifras frias, são crianças. Mas será essa uma verdade quando nos referimos as outras crianças que não são nossas?

É necessário refletir sobre algumas crenças que são muito desfavoráveis a proteção infantil e que só contribuem para o agravamento dessa situação.

“É melhor trabalhar do que roubar”


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Problema cultural

É preciso atentar para o perigo dessas crenças, que muitas vezes geram atitudes de omissão e indiferença que não contribuem em nada para a mudança, onde todas elas possam sonhar sobre o que querem ser quando crescer e não serem forçadas a vê-los interrompidos.

Cuidemos de todas as crianças e adolescentes, lutemos por igualdade de direitos para as que estão dentro e fora de nossas casas, não deixemos que nenhuma seja deixada para trás.

Busquemos eleger representantes que assegurem políticas públicas mais eficazes de proteção social, inclusão econômica e educação para enfrentamento às causas raízes da exploração do trabalho infantil.

Nessa causa, todos ganham. Precisamos de todos para pôr fim à violência contra crianças e adolescentes.

*Autora: Karina Lira, assessora de Proteção à Infância do Visão Mundial. Matéria original da nossa parceira “São Paulo para Crianças”. Link original: https://bit.ly/2LmgO0C

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