[Dicas] – Livros para família toda – Part. 3
Ler por prazer. Ler para estudar. Ler para se informar. Todas as formas nos levam ao conhecimento de culturas, histórias, hábitos, realidade, fantasias, ideias, vivências, sonhos e de nós mesmos. É uma das habilidades mais incríveis da humanidade. Desde o primeiro livro impresso na década de 1450, fruto da invenção da tipografia do alemão Johannes Gutemberg, que foi a Bíblia, até os exemplares digitais do século 21, a leitura é a arma mais eficaz para nosso aprendizado. Decifrar, interpretar, decodificar, compreender, analisar, imaginar! Nada como se perder no universo encantado dos livros.
Com muito orgulho damos continuidade a nossa série de postagem sobre dicas de leitura em família. Já foram as postagens Part. 1 e Part. 2, e agora segue abaixo mais 5 dicas:
11) O Pequeno Príncipe, Saint-Exupéry
Há um preconceito intelectual contra este belo livro, sobretudo no Brasil. Crianças e adolescentes (se não tiverem absorvido a ranzinzice dos adultos) podem lê-lo com proveito. As mensagens podem soar piegas, num mundo feito de racionalismo consumista e sempre apressado, mas a história, com suas frases (dizem que moralistas), é bonita. Vale ler a tradução, mais madura e precisa, de Ferreira Gullar. O livro, na pena de um dos maiores poetas brasileiros, ficou mais adulto.
12) Caçadas de Pedrinho, de Monteiro Lobato
O Brasil está cada vez mais urbano, com espaço cada vez menor para a área rural. Crianças, adolescentes e mesmo adultos sabem cada vez menos sobre assuntos que tenham a ver com o campo. O belo “Caçadas de Pedrinho”, de Monteiro Lobato, se torna, portanto, mais interessante do que nunca. Porque põe seus leitores em contato com a natureza, com um garoto que inventa coisas para se divertir. Hoje, tirar uma criança das teclas de computadores e smartphones não é fácil. Monteiro Lobato, com sua rica imaginação, às vezes pecando por certo didatismo, provavelmente ainda consegue encantar as crianças e, até, os adolescentes.
13) Andira, de Rachel de Queiroz
Andira é uma criança? Não, Andira é uma andorinha-criança, quer dizer, um filhote. Pequena, e como não sabe voar, as demais andorinhas, que se preparam para migrar no inverno, deixam-na para trás. Como muitas andorinhas, Andira nasceu numa igreja e, na ausência dos parentes, é criada por morcegos. Estes se tornam seus mestres.
14) Marcelo, Marmelo e Martelo, de Ruth Rocha
Ruth Rocha conhece como poucos o que se passa pela cabeça das crianças e adolescentes. Ela escreve com uma clareza impressionante e não subestima seus leitores. Por isso seus livros são tão lidos e adorados. Em “Marcelo, Marmelo e Martelo”, a escritora explora a vida de meninos que moram na cidade. São garotos espertos e ativos. Marcelo é um criador de palavras novas. Nas livrarias podem ser encontradas as belas e precisas adaptações que Ruth Rocha fez para a “Ilíada” e a “Odisseia”, de Homero”, e “Tom Sawyer”, de Mark Twain. Crianças ganham, muito, se lerem as adaptações.
15) A História de Emília, de Monteiro Lobato
Talvez seja possível dizer que Monteiro Lobato inventou a literatura infantil e infanto-juvenil no Brasil. Suas histórias não perdem vitalidade e permanecem modernas, ou, diria Carlos Drummond de Andrade, eternas. O escritor era um homem sisudo, mas tinha uma capacidade de imaginação imensa e, principalmente, não menosprezava a capacidade de entendimento de crianças e adolescentes. A história de Emília, uma boneca falante, é uma de suas principais criações Mexe com a percepção criadora das crianças. O curioso é que a personagem, com sua irreverência, agrada tanto meninas quanto meninos. É tão moleca, esperta e divertida quanto qualquer criança.